terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Movimentos culturais de juventude

A leitura deste livro foi bastante fácil e estimulante, os autores Antonio Carlos Brandão e Milton Fernandes Duarte com certeza comemoram o sucesso desta significativa obra, afinal, em 2011 a mesma já se encontrava na 2ª edição e na 31ª impressão.

É fácil perceber que os autores têm como público alvo os jovens, e deixam claro isso na sua forma de tratar cada um dos 14 capítulos, buscando sintetizar informações adicionais e trazendo muitas imagens realmente úteis para a compressão de períodos já distantes, como os anos 50, por exemplo.

Além do apanhado histórico feito a todo o momento, é bom deixar claro que os autores jamais tomam partido em debates, estimulando assim os leitores a pesquisas e conclusões. Cito como exemplo a padronização estabelecida pelo capitalismo americano, derivado do American Way of Life - Estilo americano de vida, em que mostram vantagens e desvantagens, evitando doutrinações ou posicionamentos parciais.

O paralelo estabelecido entre todas as informações e a relação direta com o Brasil tornam tudo muito familiar, e por vezes uma divertida aula de História. Os movimentos culturais são descritos sempre com riqueza de detalhes, e em alguns momentos nos despertam a imaginação e nos levam a sentir realmente como o jovem cresceu nas décadas de 50, 60, 70, 80, 90 e como vêm crescendo.

Especificamente sobre o livro...

Um livro bastante estimulante e rico em termos de informações históricas, iniciado com um capítulo dedicado exclusivamente às noções gerais de cultura.  Tal capítulo é essencial para a compreensão dos reais objetivos dos autores, e significativo para não entendermos a obra como uma grande colcha de retalhos.

Os autores iniciam sua caminhada na década de 50, e a 2ª Guerra mundial é o alicerce do desenvolvimento do comportamento jovem, principalmente pelo modelo americano disseminado em obras de Hollywood, por exemplo.

E assim, ao longo de suas 160 páginas o livro  "Movimentos culturais de juventude" nos traz informações relevantes sobre a evolução do comportamento jovem, nos explicando o que era rebeldia na década de 60, e como o festival de Woodstock foi significativo para uma geração. Os autores trazem também a importância dos festivais nacionais de Música Popular Brasileira (MPB) na Rede Record, o estrondo da Jovem Guarda e o evento mundial de Rock, o Rock in Rio.



Durante as páginas intermediárias também passamos a conhecer um pouco mais dos anos de chumbo e da reabertura de nossa política. É possível vivenciar no capítulo 11 a importância da década de 80, em que tivemos um verdadeiro "boom" de bandas de rock que conquistaram o apreço de grande parcela de nossa população, como RPM, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho.

Confesso que tenho discordâncias e observações sobre os três últimos capítulos, estes relacionados A "Um mundo interativo & globalizado", "Os anos 90 no Brasil: da lama política ao caos da periferia brasileira" e principalmente "A individualização tecnológica da cultura jovem", o último capítulo. 

Minhas críticas são motivadas por ser um capítulo extremamente raso e sem desfecho, sei que a ideia dos autores é dar um tom de continuidade, mas vejo que o fato da obra originalmente ter sido lançada no ano de 1991 acaba inviabilizando a busca por movimentos culturais de juventude mais atuais neste livro.

A classificação final para "Movimentos culturais de juventude" é esta:



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