A leitura
deste livro foi bastante fácil e estimulante, os autores Antonio Carlos Brandão
e Milton Fernandes Duarte com certeza comemoram o sucesso desta significativa
obra, afinal, em 2011 a mesma já se encontrava na 2ª edição e na 31ª impressão.
É fácil perceber que os autores têm como público alvo os
jovens, e deixam claro isso na sua forma de tratar cada um dos 14 capítulos,
buscando sintetizar informações adicionais e trazendo muitas imagens realmente
úteis para a compressão de períodos já distantes, como os anos 50, por exemplo.
Além do apanhado histórico feito a todo o momento, é bom deixar
claro que os autores jamais tomam partido em debates, estimulando assim os leitores
a pesquisas e conclusões. Cito como exemplo a padronização estabelecida pelo
capitalismo americano, derivado do American
Way of Life - Estilo americano de vida, em que mostram vantagens e
desvantagens, evitando doutrinações ou posicionamentos parciais.
O paralelo estabelecido entre todas as informações e a relação
direta com o Brasil tornam tudo muito familiar, e por vezes uma divertida aula
de História. Os movimentos culturais são descritos sempre com riqueza de
detalhes, e em alguns momentos nos despertam a imaginação e nos levam a sentir
realmente como o jovem cresceu nas décadas de 50, 60, 70, 80, 90 e como
vêm crescendo.
Especificamente sobre o livro...
Um livro bastante estimulante e rico em termos de informações
históricas, iniciado com um capítulo dedicado exclusivamente às noções gerais
de cultura. Tal capítulo é essencial para a compreensão dos reais
objetivos dos autores, e significativo para não entendermos a obra como uma
grande colcha de retalhos.
Os autores iniciam sua caminhada na década de 50, e a 2ª Guerra
mundial é o alicerce do desenvolvimento do comportamento jovem, principalmente
pelo modelo americano disseminado em obras de Hollywood, por exemplo.
E assim, ao longo de suas 160 páginas o
livro "Movimentos culturais de juventude" nos traz
informações relevantes sobre a evolução do comportamento jovem, nos explicando
o que era rebeldia na década de 60, e como o festival de Woodstock foi
significativo para uma geração. Os autores trazem também a importância dos
festivais nacionais de Música Popular Brasileira (MPB) na Rede Record, o
estrondo da Jovem Guarda e o evento mundial de Rock, o Rock in Rio.
Durante as páginas intermediárias também passamos a conhecer um
pouco mais dos anos de chumbo e da reabertura de nossa política. É possível
vivenciar no capítulo 11 a importância da década de 80, em que tivemos um
verdadeiro "boom" de bandas
de rock que conquistaram o apreço de grande parcela de nossa população, como
RPM, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Barão
Vermelho.
Confesso que tenho discordâncias e observações sobre os três
últimos capítulos, estes relacionados A "Um mundo interativo &
globalizado", "Os anos 90 no Brasil: da lama política ao caos da
periferia brasileira" e principalmente "A individualização tecnológica
da cultura jovem", o último capítulo.
Minhas críticas são motivadas por ser um capítulo extremamente
raso e sem desfecho, sei que a ideia dos autores é dar um tom de continuidade,
mas vejo que o fato da obra originalmente ter sido lançada no ano de 1991 acaba
inviabilizando a busca por movimentos culturais de juventude mais atuais neste
livro.
A classificação final para
"Movimentos culturais de juventude" é esta:
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