domingo, 18 de junho de 2017

Buracos Negros: Palestras da BBC Reith Lectures

Um ser humano fantástico! Stephen Hawking é um famoso físico e divulgador científico inglês. Nas poucas páginas deste livro, há uma breve introdução da magnífica história deste cientista que revolucionou o planeta com inúmeras indagações sobre objetos até desconhecidos para a maior parte dos seres humanos (Ou ainda é?!).

O livro "Buracos Negros: Palestras da BBC Reith Lectures" é um livro recente baseado em palestras realizadas por Hawking no início de 2016, nestas palestras proferidas a BBC, ele esclareceu diga-se de passagem, de maneira didática vários temas relacionados a Buraco negros, deixando no ar debates importante sobre o funcionamento destes gigantes do universo.

“Pessoas quietas têm as mentes mais barulhentas.”

O livro é conciso, e traz contribuições de David Shukman, além de ilustrações que acabam ajudando qualquer leigo a compreender as colocações e levantamentos propostos por Hawking. 
Capa do livro

Há uma divisão em duas grandes partes, sendo a primeira intitulada "Buracos negros não têm cabelo?" - Uma parte mais teórica contudo bastante esclarecedora, levantando temas gerais e o temido "Horizonte de eventos", local a qual nem a luz é capaz de escapar.

“Tenho reparado que mesmo aqueles que afirmam que tudo está predestinado e que não podemos mudar nada a respeito disso continuam olhando para os dois lados antes de atravessar a rua.”

A segunda parte é denominada de "Buracos negros não são tão negros quanto se diz",  é bastante subjetivo, levantando uma série de possibilidades, mencionando por várias vezes os fundamentos de física quântica. 

“Meu objetivo é simples. É a compreensão completa do Universo, por que ele é assim e por que existe de uma maneira geral.”

Stephen Hawking, uma mente brilhante limitada a um corpo enfermo (Frase retirada desta mesma obra).

Por fim Hawking nos deixa uma grande indagação, será possível atravessar um buraco negro? Se atravessarmos, sairíamos do mesmo jeito que nós nos conhecemos? Teríamos a oportunidade assim de acessarmos de fato novos universos?

“Não importa o quão ruim a vida possa ser, há sempre alguma coisa que você pode fazer e ter sucesso. Enquanto há vida, há esperança.”

São questões que talvez não sejam respondidas nos próximos séculos, aliás, talvez nunca, porém sempre permearão nossas mentes, imaginando que realmente não passamos de meros integrantes de um pequeno e pálido ponto azul na imensidão deste universo(s).

Menções honrosas ao esclarecimento de temas relacionados a quasares e a função do grande colisor de hádrons.

A nota deste obra magnífica é:

Dica: Confira algumas frases reflexivas  de Hawking que aparecem neste texto a partir do seguinte link: 


terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O Contrato Social: Princípios do direito político

"O Contrato Social: Princípios do direito político" é uma obra do iluminista Jean-Jacques Rousseau, que ao contrário do que muitos pensam, não é francês, mas sim suíço...

A versão que li deste clássico, inicialmente lançado em 1762, é da editora Thomson Reuters e possui uma tradução muito interessante. Várias notas e comentários dos autores (Precisamente 158), com isso a cada notinha é necessário recorrer Às últimas páginas para ver qual informação adicional ou surpresa está por vir.

"Diversas partes que se poderiam tirar do que já foi feito, e estas mais consideráveis, me pareceram às menos indignas de ser oferecidas ao público. O resto não mais interessa”.

Entendendo a obra...

Compreendi desde o início que a leitura de uma obra tão complexa como "O Contrato Social" exige muita paciência, principalmente pela escrita intrincada e por entender que a obra na realidade é parte de algo maior, mas jamais finalizado, "Instituições políticas".

A obra "O contrato Social" é dividida em 4 livros, sendo que cada um deles aborda temas diferenciados, mas que sempre acabam correlatos. A leitura e o conhecimento de outras obras são essenciais para compreender os objetivos de Rousseau, afinal, percebemos que a todo o momento ele cita personalidades relevantes para a formação de seus ideais. Como Montesquieu, Hobbes e Locke, por exemplo.

A complexidade para resumir ou resenhar uma obra desta magnitude é desafiadora, e em algumas pesquisas percebi que por vezes autores decidem fichar "O Contrato Social" de maneira fragmentada, talvez por seu caráter de “Manual ou guia”, ou por ser ferramenta na área jurídica, e basicamente por todos os livros que contenham ou analisem leis sejam realmente sistemáticos e fragmentados.

Prefiro analisar de uma maneira generalista, não pobre de detalhes, mas que realmente busque a síntese do que Rousseau quis repassar aos seus leitores neste fragmento de uma obra gigantesca que poderia ter ido para o lixo da França.

"O Contrato Social" é gigante! Foi à mola propulsora para uma revolução que mudou a história, nos levou a Idade contemporânea, Robespierre era adepto e fervoroso fiel de Rousseau. Podemos dizer sem medo de errar que os modelos atuais de organização social espalhados pelo planeta são totalmente derivados dos ideais ou análises feitas por Rousseau.


Com uma leitura atenta do "Contrato Social", percebemos que Rousseau faz um estudo profundo e busca compreender a origem dos primeiros pactos sociais, e passa ao longo dos capítulos por soberania, formulação de leis, sistemas de legislação e também divisão de leis.

A partir do livro III passa a se referir às formas de governo, repassando quase um manual para um governante, passando pela repressão, sucessão e até mesmo uma análise do que seriam os bons sinais de um governante. Por fim, no terceiro livro temos o capítulo "Meio de prevenir as usurpações do governo", algo que merece uma releitura por qualquer indivíduo diante de sua complexidade.

Rousseau utiliza o livro IV como uma ferramenta de incitação à democracia, estabelecendo critérios como eleições e também citando exemplos de Roma antiga, explicando detalhes de como ocorriam os ditos comícios romanos.

É abordada também nos capítulo finais a ditadura, censura e a religião civil, este capítulo final que se torna polêmico, pois Rousseau sempre foi contrário à igreja católica, mesmo tendo se convertido por algum tempo de sua vida.

Por fim é fácil considerar que Rousseau era um grande defensor da liberdade individual, e toda sua obra na realidade não passa de uma grande luta por uma sociedade mais equilibrada, onde o Estado é um pacto social. 

A classificação deste grande clássico é:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O príncipe: Com notas de Napoleão Bonaparte

Uma obra densa e com notas de dois personagens históricos, Napoleão Bonaparte e Cristina da Suécia, ambas são colocadas em xeque desde o começo, é verdade, mas possivelmente reais tornam o enredo deste clássico realmente fascinante!

Hora de apresentar os envolvidos...

Nicolau Maquiavel foi um escritor, historiador e diplomata italiano, viveu durante o período da renascença europeia, e escreveu algumas obras de calibre estratosférico, como o príncipe, confesso que é a primeira que leio do autor, mas também já abro passagem para outras em um futuro próximo.

Napoleão dispensa apresentações, foi um líder político, e condutor da França nos últimos momentos de Revolução francesa...Vale a pesquisa para concluir se o mesmo é um herói ou tirano!

Cristina da Suécia foi uma rainha que acabou abdicando de seu trono, bem menos conhecida que o autor e o outro "comentarista" desta obra, ela sempre parece mais humana em suas colocações, vale também uma pesquisa para conhecer sua história com mais veemência.

Sobre o livro!

O livro é um clássico, daqueles que te levam pelo menos uns 5 séculos atrás, mas também te lembra de que a corrupção e as más práticas governamentais já existiam há muito tempo...

Maquiavel realmente organiza seus conhecimentos e relatos de maneira muito peculiar, os capítulos são bastante curtos e coesos, é como se nunca fugisse do tema tratado...porém suas colocações exigem um número enorme de notas de rodapé. Quem traduz ou edita suas obras deve realmente ter paciência...

São 26 capítulos, alguns instigantes outros destoantes talvez...O que se vê é o poder de síntese de Maquiavel, que organiza principados e também julga práticas! Podemos dizer que seu livro foi leitura de cabeceira de grandes líderes ou escritores sem sombra de dúvidas!

Capa do livro de Maquiavel!

Exemplos interessantes e que valem reflexão...

Maquiavel tem em cada capítulo uma receita, com um tom de criticidade ameno, ele ensina "De que modo os príncipes devem manter a palavra" ou "De que modo se deve evitar ser desprezado ou odiado", ou seja, fragmentos de um populismo, ou de regimes ditatoriais modernos com certeza foram tirados de ideais de Maquiavel.

Maquiavel aponta erros e os julga também...

"Por qual razão os príncipes da Itália perderam seus Estados" é o título do capítulo 24, mas poderia realmente ser uma indagação, Maquiavel esbraveja e cita a falta de iniciativa, patriotismo e também de força dos italianos. Julga que não na Itália (Estados dentro do que é hoje a Itália) união como há nos estados franceses ou demais localidades da Europa [Luta pela unificação da Itália?]! Ele inclusive mostra caminhos, em seu último capítulo, de como tomar a Itália dos bárbaros!

Maquiavel não é tão maquiavélico assim...

A expressão cunha algo ruim, perverso...A obra de Maquiavel realmente pode servir como um manual de conquista de algum líder autoritário...Mas a conhecida expressão "Os fins justificam os meios" realmente não aparece no livro.

O que Maquiavel defende de fato é um governo centralizado,unificado, opinião construída utilizando o exemplo do Feudalismo, que ruiu de vez com a descentralização do poder (Mesmo que em muitos momentos a descentralização tenha funcionado e não tenha sido somente o fato que tenha levado o feudalismo ao fim).

Cabe ao leitor de fato construir uma análise, seria um governo centralizado e totalitarista? Monarca? Quem sabe...

Sobre a edição...

Com um número elevado de notas de rodapé (581), que podem até ocupar metade de uma página, a leitura não é cansativa, mas existem também algumas idas e voltas diante das notas de Cristina da Suécia (Ela para um pouco depois da metade do livro) e Napoleão (773).

Ao fim, classifico o "O príncipe" de Maquiavel com:


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pra Ser Sincero: 123 variações sobre um mesmo tema

Alguns Engenheiros do Hawaii em minha vida...

Uma obra que já estava empoeirada na minha fila de prováveis leituras, mas como as canções que surgem do nada, a leitura deste livro deveria ser feita em um momento propício, com extrema atenção e carinho! O livro "Pra Ser Sincero: 123 variações sobre um mesmo tema" [Autografado pelo próprio Humberto Gessinger] é do melhor amigo, Giovani. Destaco que o mesmo é o maior fã da banda e desenvolve um trabalho de tributo a banda que é excelente.

Em uma troca de leitura, Giovani e eu fizemos um intercâmbio entre Gessinger e suas frases impactantes e versos repletos de ironias por Lucas Silveira e suas histórias emocionantes e implacáveis; ele ficou com o meu livro preferido, "Eu não sei lidar" que logo quero reler!

"Não interessa o que o bom senso diz
Não interessa o que diz o rei
Se o jogo não há juiz
Não há jogada fora da lei
Não interessa o que diz o ditado
Não interessa o que o Estado diz
Nós falamos outra língua
Moramos em outro país"
Exército de um homem só

O livro Pra Ser Sincero - adquirindo certa intimidade com a obra desde já, me (re)lembra o dado momento em que conheci a banda, meio que por acaso em uma apresentação no Programa Raul Gil ainda na TV Record, idos de 1994. Claro que nem preciso dizer que NÃO foi amor à primeira vista, afinal, com 4 ou 5 anos eu nem sabia o que era ou fazia um Engenheiro, muito menos um Engenheiro do Hawaii, lugar que eu nem sabia da existência.

Mas o tempo passou...No ano de 2003 passei a (re) conhecer a banda por meio de uma coletânea da Som Livre, chamada "20 anos de Rock Brasil", sendo 4 CDs com sucessos do rock nacional! Como não tinha a coletânea passei a ver os Engenheiros nas propagandas, e um trechinho de Infinita Highway me atraiu como um ímã, e logo busquei alternativas para conhecer mais a banda.


 "20 anos de Rock Brasil"

A primeira gravação em um CD foi feita por meu cunhado Adriano, para conhecer mais canções consegui álbuns emprestados por colegas no Ensino Fundamental [Tchau Radar!, por exemplo].Ganhei o meu primeiro álbum original, "10.000 destinos", do meu irmão Julio em meio aos tremendos gastos de faculdade. Um presente que guardo com todo carinho até os dias de hoje, ouvi muitas vezes o disco todo e decorei praticamente todas as letras.

"10.000 destinos"

Tive fases febris pela banda, e consegui realizar o sonho de ir a um show deles em Criciúma, no ano de 2004, eu tinha apenas 14 anos! Minha irmã Melisa e meu cunhado Adriano me levaram, eles sabiam que era um momento que eu realmente sonhava!
Relato também que na época da internet discada eu acessava o site da banda quase que diariamente, sempre esperando novidades ou observando a discografia extensa da banda.

Lendo o livro de Gessinger tive várias lembranças da minha vida durante os anos de 2003-2007, com vitórias, derrotas, decepções... Mas principalmente muita música de qualidade, muito aprendizado nas entrelinhas, talvez nas entrelinhas desta Highway, por que não?

O tempo infelizmente passou e dei tchau ao radar, ao fanatismo pelos Engenheiros! Nunca deixei de admirar todo o concreto e asfalto que percorri... Ouvi estas canções que sinceramente me levam a outras frequências...Os engenheiros realmente me deram em dias tristes alívio imediato...Mesmo que isso resultasse na procura por novos horizontes...Como um refrão de bolero estou sendo sincero como se deve ser, mesmo que isso me custe integrar um exército de um homem só!

"Pra Ser Sincero: 123 variações sobre um mesmo tema" 

Sobre o livro

O livro é muito interessante e foge dos padrões estabelecidos por biografias, principalmente por ser de autoria própria. Gessinger narra toda sua relação com a música, Grêmio e o fato de estar sempre inovando em suas canções...Expõe também o motivo por existirem tantas formações diferentes ao longo da existência da banda, hoje em hiato.

Explica de maneira subliminar como a banda alterou sua formação em seu melhor momento [Eu não a conheci neste momento].O trio formado por Gessinger, Licks e Maltz rendeu prêmios e muitas turnês por todo o Brasil. Gessinger conta suas curiosas idas à Rússia e Japão, e narra com entusiasmo como acompanhou o crescimento e evolução do Rock nacional, mesmo estando sempre "Correndo por fora" dos grandes eixos.


"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Que motivos temos pra estar?"
Infinita Highway

Pra Ser Sincero é um verdadeiro almanaque, e qualquer um que pouco ouviu falar da banda não teria dificuldades para acompanhar a evolução de Gessinger e companheiros. Os cortes de cabelo também são bacanas, o autor deixa explícito que cada um deles representa momentos pessoais ou até mesmo ritos de passagem. Fiquei surpreso e feliz em saber que Gessinger gosta muito do álbum “Dançando no campo minado”, sendo o mais ouvido por ele junto com “Surfando Karmas & DNA”.

 “Dançando no campo minado”

Alegra-me saber que Gessinger escreveu outras obras... Em um futuro próximo pretendo devorá-las, principalmente por sua escrita fácil e também direta, poderia enumerar 123 motivos [O número 123 aparece quase uma centena de vezes no livro, fica evidente que o autor busca sempre relacionar o número de canções comentadas a todos os fatos mencionados ao longo da obra] para qualquer leitor amar Pra Ser Sincero.

Por fim, como único ponto negativo do livro aponto o fato dos comentários das canções serem rasos, e de fato nem todas são comentadas...o mistério continuará no ar e talvez algumas canções e suas inspirações só sejam conhecidas em bate papos com o próprio Gessinger.

Na minha concepção, "Pra Ser Sincero: 123 variações sobre um mesmo tema", tem a seguinte classificação:

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Origens - Catorze bilhões de anos de evolução cósmica

O livro "Origens - Catorze bilhões de anos de evolução cósmica", é de autoria dos brilhantes astrofísicos Neil deGrasse Tyson e Donald Goldsmith, ambos são aclamados por várias contribuições e livros dedicados à astrofísica.

Tyson é mais que um astrofísico...atualmente é um dos maiores comunicadores científicos do mundo, e com linguagem simples consegue "humanizar" os conhecimentos de uma ciência tão complica e recente. Tyson está se consolidando como um novo Carl Sagan, este que foi um mito das décadas de 80 e 90 por liderar de maneira brilhante a série Cosmos.

Tyson chegou a virar um meme!

Os desafios de obras como "Origens" são gigantescos, afinal, quando um jovem se depara com as prateleiras de livros, o pouco tato e a superficialidade em conhecimentos como a astrofísica e astronomia tendem a exonerá-lo da chance de ler algo de tanta qualidade, mas que realmente é muito abstrato ao mesmo tempo, e Tyson admite isso ao longo das 364 páginas de seu livro.


"Para todos aqueles que olham para o alto e buscam descobrir,
E para todos aqueles que ainda não sabem por que deveriam fazê-lo"
Dedicatória do livro "Origens - Catorze bilhões de anos de evolução cósmica"

Sobre o livro...

O livro "Origens - Catorze bilhões de anos de evolução cósmica", é uma obra traduzida há pouco tempo para o nosso idioma, mas já é de 2004, e com isso podemos perceber um imenso número de notas de rodapé, estas que visam "atualizar" a obra mediante as novas informações. Isso deixa claro nosso atraso em recebermos uma obra tão complexa e útil nas livrarias de nosso país.

O livro é extenso, e as suas 364 páginas são dividias antes de tudo por partes, para depois existirem os seus respectivos capítulos. 

As cinco partes do livro são: 
Parte I: A Origem do universo;
Parte II: A origem das galáxias e a estrutura cósmica;
Parte III:  A origem das estrelas;
Parte IV: A origem dos planetas;
Parte V: A origem da vida.

Um fato que deve ser informado aos interessados na leitura deste livro é que o termo origem realmente se faz presente a todo o momento, por isso todas as partes realmente possuem capítulos introdutórios muito completos, porém, percebe-se que o livro trata-se de uma obra que por vezes é pouco acessível, e exige pesquisa do leitor.

As três primeiras partes são realmente difíceis, e não atingem leigos com facilidade, apesar da linguagem poética e indutiva dos autores. Relato que por vezes parei e procurei termos que jamais tinha ouvido falar, e diante dessa complexidade imagino muita gente pode até abandonar a leitura efetiva, pois em alguns capítulos realmente torna-se um desafio!



Um novo olhar e mais expectativas...

Após  a página 173 e o início da Parte IV, tudo fica muito mais próximo de nós, a origem dos planetas e a origem da vida são partes fantásticas! E nos ajudam a compreender a mecânica de funcionamento de nosso sistema solar e a possibilidade, remota, diga-se de passagem, de encontrarmos vida inteligente em outros pontos do universo.

O livro Origens é preparado para receber leitores pacientes, afinal, sob a ótica de Donald e Tyson são contados 14 bilhões de anos de história, e vários passos foram dados até o surgimento de nosso planeta e a consolidação do mesmo.

Por fim posso dizer que esta viagem de mais de 300 páginas que surgiu através de um presente da minha namorada Larissa foi imensamente prazerosa! Uma leitura que por vezes nos lembra que somos apenas um pequeno e pálido ponto azul nesta imensidão do universo, ou universo(S)?

Informações adicionais: No livro há uma espécie de "Glossário" de termos selecionados, estes que visam elucidar questões incomuns ou mesmo expressões mais utilizadas na astrofísica. Também temos na obra um índice remissivo, facilitando a busca por termos já trabalhados em capítulos anteriores e lembrados mais pra frente.

A classificação final para esta brilhante obra é:

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Movimentos culturais de juventude

A leitura deste livro foi bastante fácil e estimulante, os autores Antonio Carlos Brandão e Milton Fernandes Duarte com certeza comemoram o sucesso desta significativa obra, afinal, em 2011 a mesma já se encontrava na 2ª edição e na 31ª impressão.

É fácil perceber que os autores têm como público alvo os jovens, e deixam claro isso na sua forma de tratar cada um dos 14 capítulos, buscando sintetizar informações adicionais e trazendo muitas imagens realmente úteis para a compressão de períodos já distantes, como os anos 50, por exemplo.

Além do apanhado histórico feito a todo o momento, é bom deixar claro que os autores jamais tomam partido em debates, estimulando assim os leitores a pesquisas e conclusões. Cito como exemplo a padronização estabelecida pelo capitalismo americano, derivado do American Way of Life - Estilo americano de vida, em que mostram vantagens e desvantagens, evitando doutrinações ou posicionamentos parciais.

O paralelo estabelecido entre todas as informações e a relação direta com o Brasil tornam tudo muito familiar, e por vezes uma divertida aula de História. Os movimentos culturais são descritos sempre com riqueza de detalhes, e em alguns momentos nos despertam a imaginação e nos levam a sentir realmente como o jovem cresceu nas décadas de 50, 60, 70, 80, 90 e como vêm crescendo.

Especificamente sobre o livro...

Um livro bastante estimulante e rico em termos de informações históricas, iniciado com um capítulo dedicado exclusivamente às noções gerais de cultura.  Tal capítulo é essencial para a compreensão dos reais objetivos dos autores, e significativo para não entendermos a obra como uma grande colcha de retalhos.

Os autores iniciam sua caminhada na década de 50, e a 2ª Guerra mundial é o alicerce do desenvolvimento do comportamento jovem, principalmente pelo modelo americano disseminado em obras de Hollywood, por exemplo.

E assim, ao longo de suas 160 páginas o livro  "Movimentos culturais de juventude" nos traz informações relevantes sobre a evolução do comportamento jovem, nos explicando o que era rebeldia na década de 60, e como o festival de Woodstock foi significativo para uma geração. Os autores trazem também a importância dos festivais nacionais de Música Popular Brasileira (MPB) na Rede Record, o estrondo da Jovem Guarda e o evento mundial de Rock, o Rock in Rio.



Durante as páginas intermediárias também passamos a conhecer um pouco mais dos anos de chumbo e da reabertura de nossa política. É possível vivenciar no capítulo 11 a importância da década de 80, em que tivemos um verdadeiro "boom" de bandas de rock que conquistaram o apreço de grande parcela de nossa população, como RPM, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho.

Confesso que tenho discordâncias e observações sobre os três últimos capítulos, estes relacionados A "Um mundo interativo & globalizado", "Os anos 90 no Brasil: da lama política ao caos da periferia brasileira" e principalmente "A individualização tecnológica da cultura jovem", o último capítulo. 

Minhas críticas são motivadas por ser um capítulo extremamente raso e sem desfecho, sei que a ideia dos autores é dar um tom de continuidade, mas vejo que o fato da obra originalmente ter sido lançada no ano de 1991 acaba inviabilizando a busca por movimentos culturais de juventude mais atuais neste livro.

A classificação final para "Movimentos culturais de juventude" é esta:



segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Amores impossíveis e outras perturbações quânticas

Inaugurando as atividades deste blog, dedicado à análise de livros que estou lendo ou que já li. Inicio a caminhada com "Amores impossíveis e outras perturbações quânticas", de autoria do músico Lucas Silveira. Fundador da banda Fresno, além de projetos paralelos como o Beeshop, Lucas agora aventura-se pelo mundo literário, sendo esta sua segunda obra; a primeira foi "Eu não sei lidar", lançada em 2015.

Sobre o livro...

O Livro não segue um roteiro comum, tampouco conta uma história retilínea, talvez seja considerado até pelo próprio Lucas um "Arremedo" de contos que ele escreveu em diferentes épocas de sua vida.

Alguns contos são profundos, e para quem conhece um pouco de sua obra musical, é fácil de reconhecer versos de canções que até certo ponto fizeram sucesso, inclusive aponto uma referência ao novo álbum da banda, "A sinfonia de tudo que há".

A comparação com a primeira obra de Lucas é algo inevitável. Infelizmente como fã da Fresno e do Lucas, também executo esta comparação a cada virar de página, e admito que "Amores impossíveis e outras perturbações quânticas" deixou a desejar!

Lucas a meu ver parece transmitir algo difícil de conceber, e por vezes acaba confundindo seu leitores com expressões vinculadas à física, o que pode ser bacana por ele apresentar certa conexão algumas vezes, mas só algumas vezes...

Lucas deixa claro que sua adolescência foi cheia de altos e baixos, e ricos de amores impossíveis, talvez mais platônicos do que reais...

Enquanto no primeiro livro Lucas conta de maneira objetiva e límpida o significado de suas letras extremamente carregadas de emoções, neste segundo livro ele deixa tudo isso de lado, e a clareza e a coesão acabam ficando de lado, não que isso torne o livro pouco proveitoso ou chato, mas pouco objetivo!

Vale sempre a pena acompanhar a trajetória e o amadurecimento de Lucas Silveira, creio que este segundo livro tenha sido fruto de uma empolgação. Acompanhando outros fóruns e opiniões é visível que muitos fãs ficaram decepcionados com as desventuras quânticas de Lucas. 

Acredito que Lucas voltará a explorar o nicho de seu primeiro livro, e assim fazer as pazes com seus fãs e agora leitores, todos querem saber a origem de várias canções mirabolantes, e ele nos deve isso.

A classificação final para "Amores impossíveis e outras perturbações quânticas" é esta: