segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O príncipe: Com notas de Napoleão Bonaparte

Uma obra densa e com notas de dois personagens históricos, Napoleão Bonaparte e Cristina da Suécia, ambas são colocadas em xeque desde o começo, é verdade, mas possivelmente reais tornam o enredo deste clássico realmente fascinante!

Hora de apresentar os envolvidos...

Nicolau Maquiavel foi um escritor, historiador e diplomata italiano, viveu durante o período da renascença europeia, e escreveu algumas obras de calibre estratosférico, como o príncipe, confesso que é a primeira que leio do autor, mas também já abro passagem para outras em um futuro próximo.

Napoleão dispensa apresentações, foi um líder político, e condutor da França nos últimos momentos de Revolução francesa...Vale a pesquisa para concluir se o mesmo é um herói ou tirano!

Cristina da Suécia foi uma rainha que acabou abdicando de seu trono, bem menos conhecida que o autor e o outro "comentarista" desta obra, ela sempre parece mais humana em suas colocações, vale também uma pesquisa para conhecer sua história com mais veemência.

Sobre o livro!

O livro é um clássico, daqueles que te levam pelo menos uns 5 séculos atrás, mas também te lembra de que a corrupção e as más práticas governamentais já existiam há muito tempo...

Maquiavel realmente organiza seus conhecimentos e relatos de maneira muito peculiar, os capítulos são bastante curtos e coesos, é como se nunca fugisse do tema tratado...porém suas colocações exigem um número enorme de notas de rodapé. Quem traduz ou edita suas obras deve realmente ter paciência...

São 26 capítulos, alguns instigantes outros destoantes talvez...O que se vê é o poder de síntese de Maquiavel, que organiza principados e também julga práticas! Podemos dizer que seu livro foi leitura de cabeceira de grandes líderes ou escritores sem sombra de dúvidas!

Capa do livro de Maquiavel!

Exemplos interessantes e que valem reflexão...

Maquiavel tem em cada capítulo uma receita, com um tom de criticidade ameno, ele ensina "De que modo os príncipes devem manter a palavra" ou "De que modo se deve evitar ser desprezado ou odiado", ou seja, fragmentos de um populismo, ou de regimes ditatoriais modernos com certeza foram tirados de ideais de Maquiavel.

Maquiavel aponta erros e os julga também...

"Por qual razão os príncipes da Itália perderam seus Estados" é o título do capítulo 24, mas poderia realmente ser uma indagação, Maquiavel esbraveja e cita a falta de iniciativa, patriotismo e também de força dos italianos. Julga que não na Itália (Estados dentro do que é hoje a Itália) união como há nos estados franceses ou demais localidades da Europa [Luta pela unificação da Itália?]! Ele inclusive mostra caminhos, em seu último capítulo, de como tomar a Itália dos bárbaros!

Maquiavel não é tão maquiavélico assim...

A expressão cunha algo ruim, perverso...A obra de Maquiavel realmente pode servir como um manual de conquista de algum líder autoritário...Mas a conhecida expressão "Os fins justificam os meios" realmente não aparece no livro.

O que Maquiavel defende de fato é um governo centralizado,unificado, opinião construída utilizando o exemplo do Feudalismo, que ruiu de vez com a descentralização do poder (Mesmo que em muitos momentos a descentralização tenha funcionado e não tenha sido somente o fato que tenha levado o feudalismo ao fim).

Cabe ao leitor de fato construir uma análise, seria um governo centralizado e totalitarista? Monarca? Quem sabe...

Sobre a edição...

Com um número elevado de notas de rodapé (581), que podem até ocupar metade de uma página, a leitura não é cansativa, mas existem também algumas idas e voltas diante das notas de Cristina da Suécia (Ela para um pouco depois da metade do livro) e Napoleão (773).

Ao fim, classifico o "O príncipe" de Maquiavel com:


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