Uma obra densa e com notas
de dois personagens históricos, Napoleão Bonaparte e Cristina da Suécia, ambas
são colocadas em xeque desde o começo, é verdade, mas possivelmente reais
tornam o enredo deste clássico realmente fascinante!
Hora
de apresentar os envolvidos...
Nicolau
Maquiavel foi um escritor, historiador e diplomata italiano, viveu durante o
período da renascença europeia, e escreveu algumas obras de calibre
estratosférico, como o príncipe, confesso que é a primeira que leio do autor,
mas também já abro passagem para outras em um futuro próximo.
Napoleão
dispensa apresentações, foi um líder político, e condutor da França nos últimos
momentos de Revolução francesa...Vale a pesquisa para concluir se o mesmo é um
herói ou tirano!
Cristina
da Suécia foi uma rainha que acabou abdicando de seu trono, bem menos conhecida
que o autor e o outro "comentarista" desta obra, ela sempre parece
mais humana em suas colocações, vale também uma pesquisa para conhecer sua
história com mais veemência.
Sobre
o livro!
O
livro é um clássico, daqueles que te levam pelo menos uns 5 séculos atrás, mas
também te lembra de que a corrupção e as más práticas governamentais já
existiam há muito tempo...
Maquiavel
realmente organiza seus conhecimentos e relatos de maneira muito peculiar, os
capítulos são bastante curtos e coesos, é como se nunca fugisse do tema
tratado...porém suas colocações exigem um número enorme de notas de rodapé. Quem
traduz ou edita suas obras deve realmente ter paciência...
São
26 capítulos, alguns instigantes outros destoantes talvez...O que se vê é o
poder de síntese de Maquiavel, que organiza principados e também julga
práticas! Podemos dizer que seu livro foi leitura de cabeceira de grandes
líderes ou escritores sem sombra de dúvidas!
Capa do livro de Maquiavel!
Exemplos
interessantes e que valem reflexão...
Maquiavel
tem em cada capítulo uma receita, com um tom de criticidade ameno, ele ensina
"De que modo os príncipes devem manter a palavra" ou "De que
modo se deve evitar ser desprezado ou odiado", ou seja, fragmentos de um
populismo, ou de regimes ditatoriais modernos com certeza foram tirados de
ideais de Maquiavel.
Maquiavel
aponta erros e os julga também...
"Por
qual razão os príncipes da Itália perderam seus Estados" é o título do
capítulo 24, mas poderia realmente ser uma indagação, Maquiavel esbraveja e
cita a falta de iniciativa, patriotismo e também de força dos italianos. Julga
que não na Itália (Estados dentro do que é hoje a Itália) união como há nos
estados franceses ou demais localidades da Europa [Luta pela unificação da
Itália?]! Ele inclusive mostra caminhos, em seu último capítulo, de como tomar
a Itália dos bárbaros!
Maquiavel
não é tão maquiavélico assim...
A
expressão cunha algo ruim, perverso...A obra de Maquiavel realmente pode servir
como um manual de conquista de algum líder autoritário...Mas a conhecida
expressão "Os fins justificam os meios" realmente não aparece no
livro.
O
que Maquiavel defende de fato é um governo centralizado,unificado, opinião
construída utilizando o exemplo do Feudalismo, que ruiu de vez com a
descentralização do poder (Mesmo que em muitos momentos a descentralização
tenha funcionado e não tenha sido somente o fato que tenha levado o feudalismo
ao fim).
Cabe
ao leitor de fato construir uma análise, seria um governo centralizado e
totalitarista? Monarca? Quem sabe...
Sobre
a edição...
Com
um número elevado de notas de rodapé (581), que podem até ocupar metade de uma
página, a leitura não é cansativa, mas existem também algumas idas e voltas
diante das notas de Cristina da Suécia (Ela para um pouco depois da metade do
livro) e Napoleão (773).
Ao
fim, classifico o "O príncipe" de Maquiavel com:
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