Alguns Engenheiros do
Hawaii em minha vida...
Uma
obra que já estava empoeirada na minha fila de prováveis leituras, mas como as
canções que surgem do nada, a leitura deste livro deveria ser feita em um
momento propício, com extrema atenção e carinho! O livro "Pra Ser Sincero:
123 variações sobre um mesmo tema" [Autografado pelo próprio Humberto
Gessinger] é do melhor amigo, Giovani. Destaco que o mesmo é o maior fã da
banda e desenvolve um trabalho de tributo a banda que é excelente.
Em
uma troca de leitura, Giovani e eu fizemos um intercâmbio entre Gessinger e
suas frases impactantes e versos repletos de ironias por Lucas Silveira e suas
histórias emocionantes e implacáveis; ele ficou com o meu livro preferido,
"Eu não sei lidar" que logo quero reler!
"Não interessa o que o bom senso diz
Não interessa o que diz o rei
Se o jogo não há juiz
Não há jogada fora da lei
Não interessa o que diz o ditado
Não interessa o que o Estado diz
Nós falamos outra língua
Moramos em outro país"
Exército de um homem só
O
livro Pra Ser Sincero - adquirindo certa intimidade com a obra desde já,
me (re)lembra o dado momento em que conheci a banda, meio que por acaso em uma
apresentação no Programa Raul Gil ainda na TV Record, idos de 1994. Claro que
nem preciso dizer que NÃO foi amor à
primeira vista, afinal, com 4 ou 5 anos eu nem sabia o que era ou fazia um
Engenheiro, muito menos um Engenheiro do Hawaii, lugar que eu nem sabia da
existência.
Mas
o tempo passou...No ano de 2003 passei a (re) conhecer a banda por meio de uma coletânea
da Som Livre, chamada "20 anos de Rock Brasil", sendo 4 CDs com sucessos
do rock nacional! Como não tinha a coletânea passei a ver os Engenheiros nas
propagandas, e um trechinho de Infinita Highway me atraiu como um ímã, e logo
busquei alternativas para conhecer mais a banda.
"20 anos de Rock Brasil"
A
primeira gravação em um CD foi feita por meu cunhado Adriano, para conhecer
mais canções consegui álbuns emprestados por colegas no Ensino Fundamental
[Tchau Radar!, por exemplo].Ganhei o meu primeiro álbum original, "10.000
destinos", do meu irmão Julio em meio aos tremendos gastos de faculdade. Um
presente que guardo com todo carinho até os dias de hoje, ouvi muitas vezes o
disco todo e decorei praticamente todas as letras.
"10.000 destinos"
Tive fases febris pela
banda, e consegui realizar o sonho de ir a um show deles em Criciúma, no ano de
2004, eu tinha apenas 14 anos! Minha irmã Melisa e meu cunhado Adriano me
levaram, eles sabiam que era um momento que eu realmente sonhava!
Relato também que na época
da internet discada eu acessava o site da banda quase que diariamente, sempre
esperando novidades ou observando a discografia extensa da banda.
Lendo
o livro de Gessinger tive várias lembranças da minha vida durante os anos de
2003-2007, com vitórias, derrotas, decepções... Mas principalmente muita música
de qualidade, muito aprendizado nas entrelinhas, talvez nas entrelinhas desta
Highway, por que não?
O tempo infelizmente
passou e dei tchau ao radar, ao fanatismo pelos Engenheiros! Nunca deixei de
admirar todo o concreto e asfalto que percorri... Ouvi estas canções que
sinceramente me levam a outras frequências...Os engenheiros realmente me deram
em dias tristes alívio imediato...Mesmo que isso resultasse na procura por
novos horizontes...Como um refrão de bolero estou sendo sincero como se deve
ser, mesmo que isso me custe integrar um exército de um homem só!
"Pra Ser Sincero: 123 variações sobre um mesmo tema"
Sobre o livro
O
livro é muito interessante e foge dos padrões estabelecidos por biografias,
principalmente por ser de autoria própria. Gessinger narra toda sua relação com
a música, Grêmio e o fato de estar sempre inovando em suas canções...Expõe
também o motivo por existirem tantas formações diferentes ao longo da existência
da banda, hoje em hiato.
Explica
de maneira subliminar como a banda alterou sua formação em seu melhor momento
[Eu não a conheci neste momento].O trio formado por Gessinger, Licks e Maltz
rendeu prêmios e muitas turnês por todo o Brasil. Gessinger conta suas curiosas
idas à Rússia e Japão, e narra com entusiasmo como acompanhou o crescimento e
evolução do Rock nacional, mesmo estando sempre "Correndo por fora"
dos grandes eixos.
"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Que motivos temos pra estar?"
Infinita Highway
Pra
Ser Sincero é um verdadeiro almanaque, e qualquer um que pouco ouviu falar da
banda não teria dificuldades para acompanhar a evolução de Gessinger e
companheiros. Os cortes de cabelo também são bacanas, o autor deixa explícito
que cada um deles representa momentos pessoais ou até mesmo ritos de passagem.
Fiquei surpreso e feliz em saber que Gessinger gosta muito do álbum “Dançando
no campo minado”, sendo o mais ouvido por ele junto com “Surfando Karmas &
DNA”.
“Dançando no campo minado”
Alegra-me
saber que Gessinger escreveu outras obras... Em um futuro próximo pretendo
devorá-las, principalmente por sua escrita fácil e também direta, poderia
enumerar 123 motivos [O número 123 aparece quase uma centena de vezes no livro,
fica evidente que o autor busca sempre relacionar o número de canções
comentadas a todos os fatos mencionados ao longo da obra] para qualquer leitor amar
Pra Ser Sincero.
Por
fim, como único ponto negativo do livro aponto o fato dos comentários das
canções serem rasos, e de fato nem todas são comentadas...o mistério continuará
no ar e talvez algumas canções e suas inspirações só sejam conhecidas em bate
papos com o próprio Gessinger.
Na
minha concepção, "Pra Ser Sincero: 123 variações sobre um mesmo
tema", tem a seguinte classificação: